Na dinâmica atual do mercado brasileiro, os fundos multimercado se destacam pela capacidade de integrar diferentes classes de ativos e aproveitar oportunidades em ambientes voláteis. Com liberdade de gestão e uso de ferramentas sofisticadas, esses fundos buscam otimizar retornos e proteger o capital. Este artigo explora a evolução recente, estratégias principais, resultados alcançados e recomendações para investidores que desejam incorporar essa solução de investimento em suas carteiras.
Fundos multimercado são veículos de investimento que combinam renda fixa, câmbio, ações, commodities e crédito privado em uma só carteira. Essa flexibilidade permite lidar com diferentes cenários macroeconômicos, aproveitando combinação de múltiplas classes de ativos para diversificar riscos e potencializar ganhos.
Além disso, os gestores possuem liberdade para utilizar derivativos como futuros e opções em busca de proteção ou alavancagem. Sob essa ótica, o uso de estratégias complexas ganha destaque, contando com uso de derivativos para alavancagem e proteção e expectativas de retorno atraentes para perfis moderados e agressivos.
Após um período desafiador marcado por perdas e saques expressivos em 2023 e início de 2024, os multimercados iniciaram uma trajetória de recuperação. Entre julho e dezembro de 2024, o índice IHFA registrou um desempenho superior ao de ativos tradicionais, refletindo uma forte recuperação entre julho e dezembro impulsionada pela retomada da confiança dos gestores.
Abril de 2025 foi um marco histórico para a classe. Segundo a XP Investimentos, o melhor retorno mensal da história do índice ultrapassou 3%, superando expectativas e reafirmando o potencial desses fundos em períodos voláteis. Esse resultado ilustra a eficácia de uma gestão ativa e adaptativa, apta a surfar diferentes ciclos econômicos.
O cenário global também desempenha papel crucial. Com ritmos distintos de juros e inflação em grandes economias, as estratégias diversificadas — especialmente as quantitativas e com maior exposição internacional — ganham relevância, possibilitando ganhos em moedas fortes e ativos estrangeiros.
Os fundos multimercado empregam um leque variado de estratégias para capturar valor em diferentes mercados:
Adicionalmente, observa-se uma exposição significativa a ativos internacionais, incluindo ações americanas, bonds, moedas fortes e até criptomoedas. A diversificação global reduz a correlação com o mercado doméstico e amplia o universo de oportunidades.
Gestores de multimercado demonstram uma postura dinâmica, ajustando posições conforme indicadores econômicos e políticos. O caixa em Selic funciona como reserva de liquidez, enquanto derivativos são usados para alavancagem controlada, potencializando ganhos quando a direção do mercado é clara.
Há ainda uma tendência de cautela em relação às ações brasileiras, com posições modestas na B3. Em contrapartida, os papéis americanos atraem 60% dos gestores, refletindo otimismo com o desempenho das empresas dos EUA. Esse mix revela uma visão moderada com cautela nas ações e busca de retorno ajustado ao risco.
Em 2023, os fundos multimercado sofreram resgates bilionários, totalizando R$ 324,2 bilhões retirados pelos investidores. O início de 2025, embora mais calmo, ainda não apresentava captação líquida positiva desde agosto de 2023, exigindo confiança renovada no segmento.
No entanto, fundos bem geridos conseguiram proporcionar até 50% de ganhos em dólar quando alinhados a oportunidades internacionais em 2024. Esse resultado reforça a capacidade de busca de retorno superior aos conservadores e o valor agregado por uma gestão especializada e ágil.
Os fundos multimercado funcionam como o verdadeiro "coringa" das carteiras, contribuindo para o equilíbrio e a robustez em cenários adversos. Com inteligência de gestão ativa e diversificação global, oferecem uma barreira contra oscilações bruscas e aproveitam ciclos de alta em economias estrangeiras.
Para investidores que buscam proteger seu patrimônio e explorar nichos de valorização, essa solução merece atenção. É fundamental, entretanto, avaliar o perfil, horizonte de investimento e tolerância ao risco antes de alocar recursos, garantindo adequação entre objetivos e estratégias adotadas pelo gestor.
Em 2025, a classe multimercado se consolida como opção versátil para quem busca retornos acima da média sem abrir mão de diversificação. Ao combinar estratégias macro, trading e long & short em um único produto, esses fundos oferecem agilidade para reagir a mudanças e extrair valor de mercados nacionais e internacionais.
O investidor que incorporar essa alternativa à sua carteira poderá contar com proteção contra cenários adversos e nichos globais, aproveitando o que há de mais moderno em gestão de recursos. Com diligência e visão de longo prazo, os fundos multimercado podem ser decisivos na construção de um portfólio mais equilibrado e preparado para os desafios do futuro.
Referências