Viajar para o exterior e adquirir produtos de outros países nunca foi tão acessível, mas as taxas de conversão podem surpreender o consumidor desavisado. Com as recentes alterações fiscais no Brasil, entender cada cobrança e tarifa tornou-se essencial para planejar despesas e evitar surpresas no fechamento da fatura.
Em maio de 2025, o Ministério da Fazenda uniformizou a alíquota de IOF para operações de câmbio em cartões internacionais em 3,5%. Essa medida abrange compras realizadas com cartão de crédito, débito e pré-pagos, tanto físicas quanto transações online no exterior.
Até então, o governo vinha reduzindo gradativamente o IOF nessas operações: 6,38% em 2022, 5,38% em 2023 e 4,38% em 2024. A nova taxa de 3,5% também passou a incidir sobre remessas para contas no exterior e compra de moeda em espécie, antes tributadas a 1,1%.
O governo federal estima arrecadar R$ 20,5 bilhões em 2025 e R$ 41 bilhões em 2026 com esses ajustes, aliviando déficits e buscando maior previsibilidade orçamentária.
Ao pagar em moeda estrangeira, o IOF de 3,5% é aplicado após a conversão do valor para reais. Além disso, as administradoras de cartão agregam um spread cambial, margem que geralmente varia de 2% a 6% sobre a cotação oficial.
Para exemplificar, imagine uma compra de US$ 100. Primeiro, o emissor converte o valor usando sua taxa de câmbio, depois aplica o spread e, por fim, acrescenta os 3,5% de IOF. O consumidor acaba pagando bem mais do que a simples multiplicação pelo dólar comercial.
Há ainda as tarifas de intercâmbio cobradas pelas bandeiras, em geral entre 0,3% e 0,7% por transação, repassadas pelas operadoras para cobrir custos de processamento e segurança.
Cada modalidade – cartão de crédito, débito, pré-pago ou dinheiro em espécie – possui vantagens e desvantagens. Avaliar as opções conforme o perfil de viagem e as necessidades de compras pode gerar economia significativa.
Algumas situações não sofrem tributação de IOF. Passagens aéreas internacionais, compras via sites que já pagaram Imposto de Importação e ICMS, e cartões de turistas estrangeiros no Brasil estão entre as operações totalmente isentas do IOF.
Essas exceções podem representar grande vantagem para quem planeja com antecedência e pesquisa fornecedores que providenciam a tributação necessária na fonte.
Para reduzir custos e ter maior controle financeiro durante viagens, considere as seguintes práticas:
Além disso, mantenha-se informado sobre mudanças legislativas e acompanhe comunicados do Banco Central e do Ministério da Fazenda, pois alterações de alíquotas podem impactar diretamente o custo final de suas aquisições.
O uso de cartões internacionais oferece praticidade e segurança, mas exige atenção redobrada às taxas e tributações incidentes. Planejar cada etapa da viagem ou da compra online, desde a escolha do meio de pagamento até a avaliação das tarifas, é fundamental para não transformar uma experiência agradável em um transtorno financeiro.
Com as informações corretas e as estratégias certas, é possível aproveitar ao máximo oportunidades globais sem comprometer o orçamento. Lembre-se de revisar sempre as regras vigentes e preparar seu roteiro de gastos antes de embarcar, garantindo tranquilidade e transparência na fatura.
Referências