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Evite parcelar despesas rotineiras no crédito

Evite parcelar despesas rotineiras no crédito

28/05/2025 - 22:58
Lincoln Marques
Evite parcelar despesas rotineiras no crédito

Imagine Maria, uma jovem profissional que, mês após mês, recorre ao cartão de crédito para parcelar a compra do mercado, a conta de luz e até medicamentos. No curto prazo, ela sente um alívio imediato no orçamento apertado, mas, pouco a pouco, percebe que as parcelas acumuladas viram um peso difícil de administrar. Essa história é comum entre muitos brasileiros, que ainda não se deram conta do alto potencial de endividamento escondido no parcelamento contínuo de despesas do dia a dia.

O apelo do parcelamento no dia a dia

É natural buscar facilidades para equilibrar despesas quando o salário não rende até o fim do mês. O parcelamento de gastos rotineiros oferece uma sensação de flexibilidade imediata para o consumidor, permitindo que ele respire financeiramente. No entanto, essa estratégia, ao mesmo tempo que promete tranquilidade, carrega riscos consideráveis.

Veja por que tantas pessoas escolhem parcelar pequenas compras:

  • Falta de verba imediata para pagar integralmente no momento da compra;
  • Desejo de manter reserva financeira para emergências ou investimentos;
  • Acúmulo de pontos, milhas ou cashback, considerados um “benefício” extra;
  • Conveniência de ter todas as transações consolidadas em um único extrato.

Entenda como funciona na prática

Ao optar pelo parcelamento, o valor total da compra é imediatamente bloqueado no limite do cartão. Suponha que você compre R$ 2.000 em produtos de supermercado em 5 vezes sem juros. Ainda que pague apenas R$ 400 por mês, os R$ 2.000 ficam indisponíveis até a quitação total.

Isso significa que, se surgirem emergências, você pode ficar sem crédito. Além disso, muitas instituições oferecem o parcelamento da própria fatura, mas aí entram juros altos, gerando um ciclo de dívidas que torna a saída mais difícil.

Taxas e números relevantes

Principais riscos e desvantagens

Embora o parcelamento possa parecer uma saída conveniente, ele acarreta várias armadilhas que ameaçam a saúde financeira:

  • Comprometimento do limite: impede uso para outras necessidades urgentes;
  • Acúmulo de parcelas mês a mês, confundindo o controle do orçamento;
  • Juros elevados em caso de atraso ou opção pelo parcelamento da fatura;
  • Entrada automática no crédito rotativo, com taxas que chegaram a superar 400% ao ano.

Esses pontos aumentam o risco de inadimplência, que hoje atinge cerca de 10,5% dos consumidores que parcelam faturas.

Alternativas mais saudáveis e planejadas

Para romper o ciclo de dívidas e construir um futuro financeiro sólido, é essencial adotar práticas conscientes:

  • Monte um orçamento mensal realista, identificando todas as despesas fixas e variáveis;
  • Priorize o pagamento integral da fatura, evitando juros e parcelas adicionais;
  • Crie uma reserva de emergência com, pelo menos, três meses de gastos;
  • Considere empréstimos pessoais ou renegociações com juros menores em caso de aperto temporário.

Essas ações ajudam a fortalecer sua independência financeira e a afastar o fantasma das dívidas rotativas.

Quando o parcelamento pode fazer sentido

Não se trata de eliminar por completo o parcelamento, mas de usá-lo de forma estratégica. Em situações excepcionais, como um conserto emergencial do carro ou uma despesa médica inesperada, pode ser viável dividir o valor desde que:

  • Você tenha certeza de de onde virá o recurso para quitar as próximas parcelas;
  • Não comprometa sua capacidade de lidar com outras obrigações financeiras;
  • Compare taxas e condições em diferentes instituições antes de fechar o parcelamento.

Inspirando mudanças duradouras

Como lembra a educadora financeira Carol Stange: “Ao escolher parcelar, a pessoa compromete parte do seu orçamento futuro. Se ela não tiver mapeado o valor com o qual poderá pagar esse tipo de dívida, é questão de tempo para o descontrole financeiro voltar.”

Esse alerta nos convida a refletir sobre o verdadeiro custo de cada parcela e a importância de um planejamento financeiro eficaz. Adotar hábitos mais saudáveis não significa abdicar de conforto, mas priorizar escolhas que fortaleçam sua estabilidade a longo prazo.

Conclusão

Parcelar despesas rotineiras no cartão de crédito pode até trazer um alívio temporário, mas, sem cautela, se transforma em armadilha. Ao entender o funcionamento, conhecer as taxas e avaliar riscos, você ganha autonomia para tomar decisões mais conscientes.

Invista em um planejamento robusto, construa sua reserva de emergência e use o cartão com critério. Assim, você evita surpresas na fatura e mantém o poder de escolha sobre suas finanças, rumo a uma vida mais tranquila e segura.

Lincoln Marques

Sobre o Autor: Lincoln Marques

Lincoln Marques, 34 anos, integra a equipe editorial do sempresantos.com.br, com foco em soluções financeiras acessíveis para quem busca equilibrar o crédito pessoal e melhorar sua saúde financeira.