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Em um cenário de incertezas econômicas, muitas pessoas buscam soluções rápidas para manter o orçamento em dia. Infelizmente, golpistas aproveitam desse momento de fragilidade para aplicar fraudes que exigem pagamento antecipado sob a promessa de liberação de crédito.
Este artigo traz dados, orientações legais, casos reais e dicas práticas para que você reconheça esses golpes e proteja seu patrimônio e sua tranquilidade.
Os golpes de pagamento antecipado para liberação de crédito envolvem criminosos que se passam por funcionários de bancos ou correspondentes. Eles exigem uma taxa administrativa fictícia antes de conceder o empréstimo, valor que nunca retorna ao bolso da vítima.
Entre os pretextos mais comuns estão termos como “tarifa bancária”, “seguro obrigatório” ou “consulta ao SPC/Serasa”, sempre solicitados antes da aprovação do crédito principal.
Após o pagamento via PIX, boleto ou transferência, o golpista desaparece e o sonho de obter o empréstimo se transforma em prejuízo financeiro e emocional.
Segundo o Banco Central, em 2025 foram registradas 1.385 punições a instituições financeiras por irregularidades em empréstimos consignados. Boa parte envolve cobrança antecipada indevida.
Os principais alvos dos golpistas são aposentados, pensionistas e servidores públicos, que acumulam perdas milionárias anualmente. Em alguns casos, bancos foram condenados a ressarcir valores pagos em dobro devido à negligência na segurança de dados.
Um exemplo recente envolveu um aposentado de Toledo (PR) que perdeu R$ 28 mil. Após recorrer à Justiça, o banco foi obrigado a restituir o valor em dobro, como prevê o Código de Defesa do Consumidor.
Identificar as fraudes antecipadamente pode salvar você de prejuízos irreversíveis. Fique atento aos seguintes sinais:
Em caso de dúvida, lembre-se de consulte sempre o Banco Central e os canais oficiais da instituição financeira.
O Banco Central do Brasil veda expressamente qualquer cobrança antecipada de taxas para concessão de crédito, seja pessoal, consignado ou imobiliário. Essa prática é considerada abusiva e fraudulenta.
De acordo com o Código de Defesa do Consumidor e a Súmula 479 do STJ, as instituições financeiras respondem objetivamente por perdas e danos decorrentes de fraudes. Em outras palavras, mesmo que o crime seja praticado por terceiros, o banco deve indenizar o cliente.
Responsabilidade objetiva das instituições garante ao consumidor o direito de reparação, sem necessidade de comprovar culpa da empresa, apenas a ocorrência do dano e o nexo causal.
Adotar práticas de segurança e conhecer seus direitos são passos essenciais para não ser enganado:
Em caso de golpe, registre imediatamente boletim de ocorrência na delegacia mais próxima, procure o Procon local e abra reclamações no SAC do banco. A denúncia imediata às autoridades competentes é fundamental para inibir ações criminosas.
Mais do que dicas individuais, é preciso disseminar informação e fortalecer a cultura de defesa do consumidor. Compartilhe orientações com familiares, amigos e colegas de trabalho, especialmente os grupos mais vulneráveis.
Organizações civis, sindicatos e associações de aposentados podem promover palestras e workshops, ajudando a comunidade a reconhecer fraudes e a exigir mais segurança das instituições financeiras.
Os golpes de pagamento antecipado para liberar crédito representam uma ameaça crescente, mas podem ser evitados com conhecimento e atenção. Ao reconhecer sinais de fraude, conhecer seus direitos e denunciar práticas ilegais, você contribui para um mercado financeiro mais transparente e seguro.
Empodere-se com informação, mobilize sua rede de convivência e exija código de defesa do consumidor e respeito às normas. Juntos, podemos reduzir o impacto desses crimes e garantir que o crédito seja realmente um instrumento de apoio e crescimento.
Referências
